31 de outubro de 2014

Analfabetismo caiu mais entre as mulheres, aponta IBGE

GLOBO - Últimas notícias by Juliana Castro  /31/10/2014

As taxas de analfabetismo, em 2000 e 2010 - Editoria de arte
RIO - Entre 2000 e 2010, o analfabetismo entre mulheres recuou 28,8% e entre os homens, 24,7%, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE na pesquisa “Estatísticas de Gênero”. No último Censo, as pessoas dos dois gêneros com 15 anos ou mais de idade apresentavam taxas de analfabetismo próximas — 9,1%, entre as mulheres e 9,8%, entre os homens. No entanto, permanecem significativas as desigualdades regionais por cor ou raça e entre as áreas urbanas e rurais permaneceram.
A pesquisa fez um raio-x sobre a mulher em vários quesitos, de escolaridade à renda, passando pela maternidade. Nesse último caso, o levantamento verificou que recuou a proporção de mulheres, em todas as faixas etárias, que têm filho. Essa redução foi constatada inclusive entre as jovens. Notou-se que o percentual de mulheres de 15 a 19 anos com ao menos um filho nascido vivo diminuiu de 14,8%, em 2000, para 11,8%, em 2010. Em grande parte dos municípios nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além do Paraná, as taxas eram superiores às da média nacional. A maior taxa está em Roraima (20,1%) e a menor, no Distrito Federal (8%). O município em que esse percentual é maior é Jacareacanga, no Pará.
Além da discrepância de perfil entre regiões, há diferenciação entre as raças. Enquanto 8,8% das brancas de 15 a 19 anos de idade tinham ao menos um filho nascido vivo, entre as pretas ou pardas, o indicador foi de 14,1%, em 2010.
ACESSO À ESCOLHA SEMELHANTE
Entre 2000 e 2010, o IBGE cita que foi praticamente universalizado o acesso à escola na faixa etária de 6 a 14 anos de idade, sendo que o maior incremento ocorreu entre as crianças de 4 a 5 anos de idade. Nessa faixa, a frequência escolar passou de 51,4% para 80,1%. Houve um aumento de apenas 5,6 pontos percentuais na frequência escolar dos jovens de 15 a 17 anos de idade em 10 anos — elevando-se de 77,7% para 83,3%. A pesquisa conclui que a evolução do acesso à escola entre 2000 e 2010 foi similar para mulheres e homens nessas três faixas etárias.
Outro dado mostra que o percentual de jovens de 15 a 17 anos que cursavam o nível apropriado à sua idade subiu de 34,4% em 2000 para 47,3% em 2010, mas havia disparidade entre meninos e meninas. A taxa no ensino médio para os homens era de 42,4% e a feminina era de 52,2%.
A proporção de jovens de 18 a 24 anos de idade que não haviam completado o ensino médio e que não estavam estudando caiu de 47,2% em 2000 e para 36,5% em 2010. A incidência é significativamente maior entre os homens. Em contraposição, em 2010, havia uma proporção maior de mulheres entre os universitários nessa idade: 57,1%. Nenhum desses fatores se reflete a favor dos mulheres no mercado de trabalho, já que elas continuam ganhando menos, mesmo quando exercem a mesma função de um homem.
PESSOAS MORANDO SOZINHAS
Ao analisar as famílias, a pesquisa apontou ainda que em, 2010, 6,9 milhões pessoas viviam sozinhas. O IBGE chegou a essa número por meio dos chamados domicílios do tipo unipessoal, que correspondem a 12,1% do total. Na área urbana, a proporção de unidades domésticas do tipo unipessoal foi de 12,4% e, na área rural, a proporção de unidades domésticas formadas por duas ou mais pessoas com laços de parentesco foi de 89,3%.
MIGRAÇÃO E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
O IBGE levantou dados sobre a migração da população. Constatou que, na região Norte, ela intensifica a concentração de pessoas do sexo masculino porque entraram mais homens que mulheres (113,9 homens para cada 100 mulheres) e saíram mais mulheres que homens (95,9 homens por 100 mulheres). No Nordeste, proporcionalmente saíram mais homens que mulheres.
O Censo 2010 verificou também que 45,6 milhões de pessoas (23,9% da população total) — 25,8 milhões de mulheres e 19,8 milhões de homens — tinham deficiência visual, auditiva, motora e mental ou intelectual. Em termos de deficiência “severa” (as que declararam ter “grande dificuldade” ou “não consegue de modo algum” para enxergar, ouvir ou caminhar/subir escadas) ou deficiência mental/intelectual, foram identificadas 12,8 milhões de pessoas, sendo 7,1 milhões de mulheres e 5,7 milhões de homens.

Nenhum comentário:

Postar um comentário