2 de junho de 2013

O sucesso e os desafios da USP

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01 de junho de 2013 | 2h 05



O Estado de S.Paulo
Trabalhando com base numa metodologia semelhante à que tem sido utilizada nas avaliações das melhores universidades do mundo, a QS Quacquarelli Symonds University Ranking - uma organização internacional de consultoria especializada em avaliação de desempenho educacional - voltou a apontar a USP como a primeira classificada na lista das melhores instituições de ensino superior da América Latina.

Foi a terceira vez que a USP apareceu na liderança, desde que a QS Quacquarelli Symonds começou a elaborar um ranking específico para a América Latina, em 2011. O primeiro estudo da série comparou o desempenho de 200 instituições da região - e, da lista das 20 melhores, 8 eram brasileiras.
O último levantamento comparou 300 instituições - e, da lista das 10 melhores, 4 são brasileiras. Todas elas são públicas. Duas - as Universidades Federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Minas Gerais (UFMG) - são mantidas pela União. As outras 2 - USP e Unicamp - são mantidas pelo governo do Estado de São Paulo. A terceira universidade paulista - a Unesp - aparece em 11.º lugar no ranking da QS Quacquarelli Symonds.
Nas três edições desse levantamento, a USP se destacou em todos os indicadores, tais como proporção de professores com doutorado, produtividade de pesquisa do corpo docente, número de matrículas, reputação acadêmica, reputação entre empregadores, número de publicações por professor, citações em estudos científicos, impacto das pesquisas na internet e investimento em tecnologia.
O levantamento também avalia o desempenho dos cursos de graduação e pós-graduação, linhas de pesquisa, recursos didáticos, métodos pedagógicos e empregabilidade dos formandos. Aponta, ainda, o grau de internacionalização das universidades latino-americanas e os investimentos que elas têm feito para se converterem em instituições de qualidade mundialmente reconhecida.
Com cerca de 58,3 mil graduandos, 13,8 mil mestrandos e 14,6 mil doutorandos, além de 16,8 mil funcionários técnico-administrativos, a USP oferece 249 cursos de graduação e mantém 239 programas de pós-graduação. Seu vestibular é um dos mais concorridos do País - em 2012, inscreveram-se 146,8 mil candidatos. No ano passado, a USP graduou cerca de 7,6 mil estudantes e concedeu 3,5 mil títulos de mestrado e 2,4 mil de doutorado. O corpo docente é integrado por 5,8 mil professores, dos quais 99% têm o título de doutor e 86,6% trabalham no regime de dedicação integral e exclusiva. Com quatro campi na cidade de São Paulo e seis no interior, a USP mantém uma editora, um jornal, revistas, museus, hospitais universitário e veterinário, um cinema, uma orquestra e 56,9 mil microcomputadores operando em rede. Suas bibliotecas, que foram frequentadas por 2,8 milhões de usuários no ano passado, têm um acervo de 16,3 milhões de volumes.
As colocações da USP, Unicamp, UFRJ e UFMG no ranking da QS Quacquarelli Symonds se devem à prioridade que foi dada à pesquisa acadêmica e científica nos últimos anos, por meio do aumento do número de bolsas de estudo e financiamento de projetos, por agências nacionais e internacionais de fomento. Mas, apesar desse sucesso, as quatro universidades brasileiras melhor colocadas no ranking da América Latina ainda estão muito distantes das melhores instituições de ensino americanas e europeias - especialmente nos campos das ciências exatas e de tecnologia. Segundo os coordenadores do levantamento, todas elas apresentam "um baixo desempenho em nível global".
Em outras palavras, em matéria de ensino superior o Brasil é apenas um líder de caráter regional, diz o responsável pela pesquisa, Ben Stowe. O País não tem nenhuma universidade entre as 100 melhores do mundo no ranking global da QS Quacquarelli Symonds. A USP, a melhor universidade colocada nessa pesquisa, ficou na 139.ª posição. Nossas universidades ainda têm de percorrer um longo caminho para chegar a uma boa colocação no ranking mundial. 

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